Resoluções de ano novo
Uma das principais delas era retomar esta newsletter — e aqui estou eu!
Depois de um hiato de um ano, estou de volta a este espaço. 2023 foi tão intenso (separação, prêmios, viagens, projetos, palestras, aulas, mais viagens…) que não tive tempo de me dedicar a esta newsletter como queria. E terminei o ano com um sabor amargo por não ter seguido por aqui.
Já disse antes, volto agora a repetir: estas linhas que escrevo sem pensar em editores, quase como uma missiva pessoal, é o ponto alto do meu prazer da escrita, algo que me tem feito falta. Sem amarras, sem pitches, sem métricas: só aquilo que está na minha cabeça a precisar encontrar alguma forma de sair. Coisas que não “se encaixam” em meios tradicionais, coisas sobre as quais quero discorrer só porque sim.
E comecei o ano com essa primeira resolução: retomar Ao Ponto de uma forma mais prazerosa, que ela seja tão divertida para quem lê quanto tem que ser para mim, que a escrevo. Se virar um fardo, penso depois em como aliviar. Para agora, tinha a necessidade de voltar aqui. E aqui estou.
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Também quero que seja um espaço mais livre, menos engessado. Testar conteúdos, formatos (alguém aí gostaria de ouvir os textos também?), criar seções. Pensei, a princípio, em seguir a newsletter como algo semanal, mas com os famosos links e mais umas pensatas curtas. Uma vez por mês, um ensaio. Outra, uma entrevista/perfil. Quem sabe alguns convidados…
Estabeleci formas de monetizar esse trabalho, que é árduo e leva tempo — e que é importante se quero fazer isso a sério, com o compromisso que me impus. Em princípio, terei modelos de assinatura/apoio, com alguns conteúdos exclusivos a assinantes e outras vantagens que sairão do email para atingir outras plataformas. (É multiplataforma que diz, certo?)
Então vamos para um novo ano de muitas e novas plataformas, transpolins e rampas, que já comecei 2024 cheio de ganas/pica/energia para contar histórias e ordenar meus pensamentos em linhas (mais ou menos) tortas direto para sua caixa de entrada.
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Aqui, outras das minhas resoluções para o novo ano:
Não deixar de ter prazer no que faço, que é ouvir pessoas, entender o que está por trás do que comemos. Só pode dar certo e me fazer bem se for assim.
Apoiar mais amigos e pessoas que admiro, inclusive com dinheiro (ajudar as pessoas que amo prosperarem é investimento!)
Dividir mais as coisas que eu vejo e vivo — tenho tanto privilégio nessa vida de caixeiro viajante que deveria ser punido quando não o faço.
Lembrar sempre e todo o tempo que comida é muito mais que chefs e restaurantes.
Falar mais de pessoas, menos de tendências.
Buscar olhar mais para onde há menos luz.
Dar mais voz para quem tem menos tempo com o microfone.
Confiar nos meus instintos.
Estabelecer melhor meus limites.
Buscar novas fontes, novas abordagens, outros ângulos.
Saudar a mandioca e o milho mais que a trufa e o caviar.
Passar por um lugar e entrar, só porque me identifiquei com ele.
Frequentar mais os restaurantes pequenos perto de casa.
Observar mais, absorver mais.
Menos pinga, mais ginga.
Escrever, escrever, escrever.
(Tentar) não procrastinar tanto.
Espero chegar ao final de 2024 tendo cumprido mais ou menos tudo isso. Ao som desse bolero, vida, vamos nós. Que é muito bom estar de volta!
Garfadas da semana🍴
Uma das suas resoluções de ano novo é cuidar da alimentação, cozinhar mais ou virar vegetariano? Então, aqui há 9 receitas para torná-las mais fáceis [The New York Times]
Como o gelo, esse item tão ordinário na nossa vida cotidiana, se tornou, de repente, um artigo de luxo? [T Magazine / The New York Times]
Sustentabilidade começa em casa: aqui, as formas mais fáceis de reduzir o desperdício alimentar na sua cozinha [The Washington Post]
Será que os políticos deveriam mesmo ficar longe da comida? [Eater]
Um grupo de cervejeiros foi à raiz dos fermentados brasileiros para engarrafar o que seria a nossa típica cerveja de mandioca, o ingrediente nativo mais importante do Brasil. [Piauí]
Uma bonita entrevista com o veterano Guy Savoy para refletir sobre longevidade e maturidade, em chegar ao topo com paixão e lucidez. [MAD Feed]
Polêmica: um dos mais famosos pizzaiolo de Nápoles se rende ao abacaxi na pizza: “não me ataquem”, diz Gino Sorbillo [UOL nossa]
Uma pesquisa detalhada — mesmo!! — para entender por que o cheddar tem sabores tão complexos. (Spoiler: o segredo está nas interações microbiológicas que acontecem na estrutura do famoso queijo) [Le Monde]
Dos chocolates a pizzas assadas na hora, à perfeição; das cabines de ramens do Japão aos vegetais fresquinhos no interior da França: estamos na era das vending machines. [Taste Cooking]
É Dry January e vem a pergunta: por que as bebidas com menos / sem álcool podem ser o futuro da indústria? [Guardian]
Também outras novidades aqui no Substack: a nova newsletter do Irwin Adam, New New Food, que eu já devorei nesta manhã [Substack]
Esses dias estava pensando em você. Que bom te ler de novo! Feliz 2024 ✨
Bienvenido de vuelta!